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Você já sentiu vontade de ferir alguém? Já desejou vender a alma em troca de poder para realizar as maiores atrocidades em nome do seu ego? Orgulho ferido mata? E ciúme? Eu gostaria de ter certas respostas, mas enquanto o monstro sofre dentro de mim, não consigo raciocinar e ser prática. É 8 ou 80, matar ou morrer, é transar ou sair de cima.,parafraseando o cazuza .Não aguento esperar e não tenho coragem de ir em frente. Será que dá pra morrer de vontade de matar?

Amor verdadeiro é uma coisa que não me desce. Como funciona a abnegação? Onde termina o amor e começa a posse? E existe posse sem amor, até mesmo sem paixão? Até que ponto o ser humano chega pra defender o que considera seu território? E porque é mais fácil perdoar o orgulho de alguém quando ele não fere o seu próprio? E como curar a tempestividade das paixões, transformá-las em algo verdadeiro, que valha a pena ser vivido? E porque é tão difícil escolher entre céu e inferno, porque vendemos nossa alma por tão pouco e aceitamos viver pra sempre no limbo? Até na minha cabeça isso s0a dramático demais, mas lágrimas e chuva não são muito diferentes para mim nesse momento, se é que estou me fazendo entender.

A juventude é uma porcaria mesmo. Se tudo isso que sentimos é realmente hormonal, resultado de reações químicas, como nenhum médico nunca me receitou um remédio para controlar essa ebulição que acontece dentro de mim todo santo dia, sempre que sou contrariada? Como deve ser bom poder ser livre, viver sem precisar prestar contas à sociedade, família, amigos, sem precisar explicar cada passo ou palavra dita. Me sinto numa selva de loucos, presa dentro da minha cabeça e dessa realidade tão surreal que é o dia a dia, o ônus de pertencer à civilização "civilizada", me desculpe a prolixidade. Assisti dois filmes extremamente chocantes hoje, e um deles, O Último Rei da Escócia, me fez pensar no que difere a nossa civilização da Uganda e no que me difere do Idi Amin, e isso se aplica a qualquer um de nós. E o que nos difere, a propósito, é NADA. Tudo é apenas coincidência e o universo é uma caixa de pandora cruel e divertida, que distribui aleatoriamente as felicidades e infortúnios.

E agora, agora só consigo pensar na minha cama macia e quentinha, no meu Memnoch e nos litros de chá que ainda vou beber ao longo da madrugada. Boa noite.

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alienígenas, heróis e sapatos

Tem gente que escreve por puro talento, por ter o que dizer aos outros, pra acrescentar ao mundo. Eu não sou assim. Escrevo pra aplacar a raiva, expulsar o tédio, redecorar a vida, racionalizar as mágoas e recriar o dia a dia. É mais uma opção de vida pra quem se frustra constantemente com o cotidiano.

Hoje tive vontade de escrever porque me sinto sufocada por ilusões, por objetivos não-alcançados, pela força de vontade inexistente na minha personalidade. Todo ser humano é assim, eu suponho. Quando eu era pequena, mas bem pequena mesmo, eu tinha uma teoria: achava que nós éramos novela pros alienígenas. Até hoje acho que isso faz um certo sentido, afinal, as nossas vidas são tão pequenas e mesquinhas, cometemos tantos erros estúpidos e invariavelmente, acabamos rindo de nós mesmos no fim de tudo. Duvido que seres superiores sejam assim. Talvez eles nos acompanhem assim como acompanhamos "Caminho das Índias", e sofram por nós, torçam, e riam muito da nossa infinita ignorância (com a vantagem de verem a graça muuuito antes).

Esse semestre teremos projeto de calçados e já até pensei em alguns temas. Imaginem calçados inspirados no Ney Matogrosso ou no Raul Seixas? Dá pra pirar mesmo, colocar mensagens subliminares sobre ácido, ecstasy, maconha, além de criar um shape totalmente diferenciado em solados e saltos. Nada óbvio e superficial, tudo super estudado, detalhadérrimo e sem qualquer tipo de apologia ao uso de drogas.

E nessas horas eu lembro do Cazuza. Os heróis dele morreram de overdose, os meus, de AIDS, e isso dá uma péssima dimensão pra análises futuras. Onde vai parar uma pessoa cujos heróis morreram de AIDS? A gente, inevitavelmente, acaba seguindo pelo mesmo caminho de quem admiramos. Por isso tenho certeza de que somos da geração do abandono, da falta de diretrizes, da inversão de prioridades. Nossos ídolos seguiram por um caminho completamente louco e despropositado, mas pelo menos mudaram o mundo, criaram uma nova maneira de pensar, reordenaram a antiga ordem. E nós, onde vamos parar? Somos a cópia, da cópia, da cópia de quem gostaríamos de ser. E se isso não deprime, não sei o que de fato o faz.

É triste parar pra pensar na política, no caos contemporâneo, na incapacidade do ser humano de aprender com erros passados. E acho que foi por isso que escolhi o Design, pra tentar trazer um pouco de beleza pra esse mundo imundo (isso me lembra o Cadu).

É isso aí então. Guilherme Zaiden dos blogs! (HAHAAHAH!)

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Culpas e Anne Rice

Acho que sou uma pessoa muito culpada, porque a carapuça SEMPRE me serve. Sinto culpa por pensamentos ruins, por coisas que não fiz, me constranjo até pelos outros. Devo ter algum problema sério ou talvez meu único erro foi ter nascido na época errada. Eu deveria ser barroca, cheia de antíteses e dualidades, tipo amor e pecado, prazer e auto-flagelação, Deus e Diabo. Eu vivo na corda bamba da minha própria culpa.

A maior delas acho que é não ser uma boa menina. Sempre tentei chegar o mais perto possível da santidade e sempre falhei em cada aspecto, por menor que tenha sido. Nunca interpretei bem o papel de tímida e recatada. Não consigo ter aquela aura de inocência, aquele quê de fragilidade, aquela aparência de menina de família. E sinceramente, nem sei porque isso me atrai tanto, mas o fato é que eu sou completamente diferente do que gostaria de ser. Tenho mais vícios do que virtudes, cometi mais pecados do que boas ações, mas até que ponto eu devo me condenar, se sempre fui feliz? Aí cheguei a conclusão de que a graça está na busca, no caminho que a gente trilha até chegar onde pretende. Tô muito longe do topo, mas a vida nunca foi tão divertida. E talvez aí resida todo encanto de viver.

Ui, filosofia do meio dia é uma coisa que ninguém merece, mas tenho certeza de que ninguém preocupado com tempo lê esse blog. Eu tenho alma de artista, apesar de não ser uma, e artista é assim mesmo, não consegue manter uma boa relação com prazos, portas e janelas, a gente sempre fica no pórtico, no limiar entre o pensar e o fazer. Alma de artista! Viajei agora, mas enfim. Às vezes realmente acho que sou talentosa e tal, mas sempre desisto na primeira crítica. Não consigo lidar bem com críticas, devo ser muito orgulhosa mesmo. Mas é que fico apavorada em não ser aceita, apesar de saber que se nem Deus é completamente aceito, quem sou eu pra obter êxito em unanimidade? Ainda assim, sofro pela rejeição que ainda nem aconteceu. Eu sei que eu deveria me tratar, e ao invés disso, fico lendo Anne Rice. Bem coisa de gente masoquista mesmo.

Falando nisso, comprei livros essa semana e preciso dizer: como as coisas são caras aqui em Santa Catarina! Sério, comprei dois livros em Caxias do Sul e paguei um pouquinho mais do que eu pagaria em apenas um deles aqui. Sei que não tem justificativa a falta de cultura, mas com Anne Rice a preços exorbitantes, dá até pra entender quem lê pocket book do Paulo Coelho. Tá, não vou começar a falar mal dele porque gosto é que nem vergonha na cara, tem gente que não tem.

Então é isso, vou almoçar, ler e tricotar (no fundo, sou uma menina prendada) hehe
Beijo pra t0do mundo e bom retorno de aulas (se é que isso pode ser bom, depois de apenas duas semanas de férias).

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merda de paixão incrível

Eu tinha esquecido completamente o que era a paixão, mas agora ela voltou com fúria, arrasando e atrasando a minha vida, me deixando insone e fazendo eu me sentir mais viva do que nunca. Paixão é, sem dúvida, meu sentimento preferido. O amor me cansa um pouco, torna as pessoas escravas da felicidade alheia, e eu não tenho vocação pra servir ninguém além de mim mesma. A paixão, ao contrário, enlouquece, promove um tipo de auto-satisfação que me vicia. E agora me sinto movida pelo desejo, pela vontade, pela ânsia de transformar a fantasia em realidade e saciar o que nunca é suficiente.
Eu amo sentir. Mais do que poder, fazer, realizar e acreditar, o sentir mexe com o que há de mais profundo dentro da gente, e pra quem é avesso ao tédio como eu, o sentir é o único jeito de se machucar sem sentir dor, de morrer de felicidade e continuar vivendo. E agora estou SENTINDO paixão. Mais do que nunca. Estou sentindo dor, saudade, culpa, medo, necessidade, e estou feliz.
Ele é o tipo de homem que me deixa com frio na barriga ao dizer um simples "oi", e me faz olhar para o celular incessantemente, esperando uma manifestação. E quando isso acontece, meu coração dispara e muito tempo passa até que eu consiga recuperar a calma. Ele é o tipo de homem que não precisa se esforçar pra ser sedutor. Diz as coisas certas no momento certo. Suscita mil dúvidas e as dissipa com meia palavra. Me perde todos os dias e depois reconquista, porque sabe ser exatamente do jeito que eu quero. E eu nem comecei a falar de como ele é lindo...
Eu assumo, estou perdidamente apaixonada. Não penso duas vezes, simplesmente sinto, estou aberta pra todas as dores e alegrias que possam vir junto com ele, porque não me dôo pela metade, assim como não gosto de receber menos do que tudo. E o tempo continua estático, as horas não passam quando ele não está perto, e voam quando está. Me pergunto o tempo inteiro se estou conseguindo quebrar a pedra que ele tem no lugar de coração, divido meu rosto em duas partes quando sinto ciúmes e finjo que nada está acontecendo. Controlo meus monstros para não machucá-lo e faço de tudo para impressioná-lo. Me sinto num filme de suspense, sempre nervosa e tensa. Quero gritar e ao mesmo tempo, sinto que o meu corpo é a única coisa que me prende ao chão, pois meu espírito poderia voar de tanta felicidade, poderia aquecer essa cidade gelada e curar todas as pessoas da gripe suína. Não sei se é engraçado ou trágico, não sei se rio ou choro, só sei que se eu morresse agora, morreria completa. A grande maioria das pessoas passa pela vida sem sentir isso, por medo ou comodismo, e eu me permiti sentir completamente, sem me importar com final feliz ou beijo de boa noite.
Então só me resta sentir gratidão e esperar que dure eternamente enquanto durar haha
E apaixonem-se! Ainda não inventaram doença que não possa ser curada por sentimentos verdadeiros.

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