é isso

Acabei de assistir Meu Primeiro Amor (parte 2) na sessão da tarde. Você se dá conta da sua decadência quando percebe que acorda bem na hora da sessão da tarde, come um miojo e toma tang de limão, enquanto chora acompanhando a trajetória de um filminho americano de final feliz. Segundo minha melhor amiga, já cheguei ao fundo do poço, pois chorei até em Batman- Cavaleiro das Trevas. Assisti três vezes (duas no cinem\a) e chorei em todas elas. Chorar é até eufemismo, me debulhei em lágrimas e realmente me comovi com a moral do filme: uma pessoa pode fazer toda a diferença do mundo. Mas já estou mudando de assunto, é impressionante como não consigo manter uma linha de raciocínio de escrever um texto inteiro sobre o mesmo tópico.
A pior parte de ser humano é pensar muito. Conheço poucas pessoas que não pensam demais, e todas elas, sem exceção, são muito felizes. Pensar muito deveria ser algo restrito à pessoas que são pagas para isso. Receber dinheiro para pensar deve ser algo realmente vantajoso, já que parece que nossa mente não para um segundo só. Estou relendo Crime e Castigo. Esse título me lembra a Jane Austen, ela que tinha títulos assim, como Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade. Não sei, isso é muito profundo pra mim. Se livros fossem medidos por títulos, ninguém leria Nelson Rodrigues. Os títulos dele são muito simplórios, apesar de as peças serem geniais. Em compensação, Paulo Coelho seria um mestre, porque os títulos são misteriosos e sugestivos, e cá entre nós, o ser humano adora conspirações e significados implícitos. Eu sou um deles. Até tentei ler 11 Minutos, mas prostitutas sadomasoquistas chamadas Maria não fazem meu estilo. Droga, já estou dando conferência de novo, preciso parar com essa mania de divagar sobre coisas tão monótonas.
As aulas estão acabando, e já concluí exatamente metade do curso. Em dois anos, estarei no mercado de trabalho e ainda não tenho idéia do que fazer. Sei que tenho tempo pra pensar, mas sou imediatista e ponto final. Acho que seriam necessários no mínimo o dobro de anos que vivemos para realizarmos tudo. Se a gente pensar bem, só vamos descobrir o que queremos de verdade depois dos 40, e depois dessa idade é difícil recomeçar. Mas se vivessemos 120 anos, poderíamos fazer várias faculdades, conhecer o quádruplo de pessoas, viajar mais e a morte talvez até fosse algo bem vindo, afinal, depois de 120 anos de vida, já vamos estar muito cansados. Mas, quem sou eu pra questionar um sistema tão complexo e bem feito quanto o corpo humano? Se ele resolve parar a partir dos 60, então ele que pare. Vou tentar me conformar.
Vocês acreditam em outras vidas? Bom, eu acredito. E em vidas passadas também, é claro. Como toda pessoa que acredita nisso, às vezes me pego pensando no que eu fui em outra vida. Todo mundo que conheço, acha que foi famoso. Não tenho certeza se fui, porque se eu tivesse sido famosa no passado, com certeza nessa vida eu olharia um retrato meu, ou leria um livro que escrevi, ou veria um filme que interpretei e teria uma sensação de deja vu. Isso nunca aconteceu comigo.. quer dizer, na primeira vez que li Cobra Capela, me identifiquei muito com a personagem do livro e parecia que já tinha lido tudo aquilo.. mas era só uma personagem de livro, então não posso ter sido a Rafaela. Mas posso ter lido o livro em outra vida, não posso? Ele foi publicado em 1800 e pouco, então daria tempo de eu ler, morrer e nascer de novo em 1990, ou não dá? Meu Deus, mais um assunto inútil.
Enfim, ainda não sei exatamente sobre o que vai ser esse blog. Sei lá, todos os blogs que conheço são sobre assuntos específicos, então será que dá certo ter um blog sobre nada? Tomara que dê.
Hoje estou feliz, montei minha árvore de natal, minha primeira árvore de natal morando sozinha. É tão estranho pensar que moro sozinha, que sou maior de idade... Sabe quando você ainda se sente uma criança? Me sinto assim ainda, e tenho que falar com meus pais todos os dias, senão morro de saudades e de desespero, pois não me acostumei a não tê-los aqui.. Acho que é por isso que mesmo longe, conto tudo o que acontece por telefone mesmo e ouvir a voz e tal acaba preenchendo o vazio da saudade. Dizem que a vingança é um prato que se come frio. Sinceramente, não concordo. O prato que se come frio é a saudade.

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